domingo, 11 de outubro de 2009

Viagens da minha Terra: Castelo dos Mouros


Boa Noite...


Parto novamente em viagem, desta vez e para vós... Castelo dos Mouros.



"Antigo castelo de provável fundação muçulmana, durante o séc. IX, no qual nunca se travou nenhuma batalha. De facto, tanto os ocupantes muçulmanos como cristãos rendiam-se invariavelmente após a conquista de Lisboa pelo lado oposto, apesar da aparente invulnerabilidade do Castelo.

Tal facto deve-se à sua função, que não era tanto a da defesa da vila e sim de defesa e vigilância de Lisboa e arredores, conjuntamente com outras vilas do termo de Lisboa. Em 1154, D. Afonso Henriques concede carta de foral à vila.

Com o contínuo avanço da Reconquista para Sul, o Castelo dos Mouros perde a sua importância estratégica, acabando por ser totalmente abandonado durante a Segunda Dinastia. Nos finais de quatrocentos apenas habitavam o sítio do castelo alguns judeus, segregados do resto da comunidade por ordem régia e até esses acabaram por sair devido  à expulsão das minorias étnicas e religiosas. À ruína devida à passagem do tempo, juntou-se a provocada pelo terramoto de 1755. No séc. XIX, D. Fernando II aforou a velha fortaleza e procedeu ao seu restauro integral. Como acontece com quase todos os vestígios monumentais sintrenses mais remotos, pouco é já o que pode ser observado que seja de origem. Do que hoje se vê, apenas a base das torres e as muralhas remontarão à fundação inicial."








... Às portas da capela, às portas do castelo... Abre-se um mundo de pedra cinzenta e húmida, comida pelo musgo e pela neblina...













E um morador da serra veio despedir-se de mim ao fim da jornada...


Devem desculpar a ausência de texto criativo, mas não me sinto particularmente inspirada hoje, por isso, em vez de vos maçar com as minhas divagações de literatura pedante, deixo-vos somente com as imagens deste belo local...

sábado, 10 de outubro de 2009

Halloween Mini Top Hat


Boa noite...

Hoje não tenho para vos mostrar um destino, mas antes, e novamente, um artigo comprado por mim numa loja da moda. A Claire's já tem disponível há umas semanas a colecção de Halloween, e nessa colecção tem para além de asas, corninhos, tutus e boas de penas, estas fantásticas cartolas de enfeitar.





quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Viagens na minha Terra: Castelo de São Jorge


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Boa noite...


Devem desculpar a presença assídua da minha pessoa, que perturba a imagem do objecto do tema de hoje, mas a minha vaidade interpõe-se inúmeras vezes entre a objectiva do meu fotógrafo e a paisagem adjacente.. Hoje mais um local soalheiro de história e poeira, recheado agora de vida cosmopolita, com o seu café e restaurante.





Para vocês... Castelo de São Jorge





[...]

A existência de um castelo propriamente dito, é documentada nas fontes e na arqueologia a partir de meados do século XI. As descrições dos geógrafos árabes salientam o forte castelo e as muralhas que defendiam a quasabah ( alcáçova). Nessa altura, Al Uzbuna, como era designada pelos muçulmanos, mantinha a sua importância enquanto cidade portuária, datando desta época o castelo e muralhas que defendiam a quasabah. A cidade propriamente dita, a medina, desenvolvia-se, desde o Castelo até ao rio, pela encosta Sul e Sudoeste.

[...]

Em 1147, quando D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal, acampa com o seu exército na envolvente da colina do Castelo para o tomar aos mouros, o castelo e parte da cidade encontravam-se defendidos por uma muralha, que abraçava parte da cidade que pela colina do Castelo se desenvolvia até ao rio.

A conquista que ficou célebre nos anais da história pela morosidade do cerco devido à dificuldade em tomar o Castelo, que imponente se erguia no topo, contou com a ajuda da Segunda Cruzada que se dirigia para a Terra Santa para mais uma ofensiva contra os árabes.

A lenda que com o tempo se gerou em torno da conquista de Lisboa, enaltece em particular, a proeza de um nobre cavaleiro de D. Afonso Henriques, Martim Moniz, que percebendo que os mouros fechavam a porta do Castelo, a franqueou permitindo, assim, a entrada dos cristãos no último reduto de defesa. Desde então, passou a designar-se por Porta do Moniz, aquela que permitiu a vitória a D. Afonso Henriques, e que se situa junto à Praça Nova.

[...]

Em 1256, Lisboa, torna-se capital do reino de Portugal. Desde então, até ao início do séc. XVI, o Castelo conhece o seu período áureo. Para além da residência real e do palácio dos Bispos, a alcáçova recebe casas dos nobres da Corte.

Os vários reis do séc. XIII, XIV e XV, dedicam uma atenção especial ao Castelo promovendo melhorias várias. Em meados do séc. XIII, D. Afonso III faz obras de reparação no palácio do governador. No séc XIV, D. Dinis, transforma a alcáçova mourisca em Paço Real da Alcáçova. D. Fernando, em 1373 - 1375, manda construir a Cerca Nova ou Cerca Fernandina, para que a cidade ficasse mais defendida, pois tinha-se expandido muito. Também, com D. Fernando, é instalada na Torre de Ulisses o tombo do reino, onde se guardava os documentos antigos do Arquivo Real.

Depois das guerras com Castela e restabelecida a paz, nos finais do séc. XIV, D. João I, manda atulhar o fosso e coloca o Castelo sobre a protecção de São Jorge, santo protector dos guerreiros e da fé cristã.

[..]

Com a ida da corte para a zona baixa da cidade, a fisionomia da alcáçova, foi-se alterando, e gradualmente os palácios e casas nobres foram dando lugar a habitações mais populares, ainda hoje visíveis no traçado urbano da actual freguesia do Castelo.

A partir de 1580, com a dominação filipina, o castelo, retoma a sua importância militar, sendo construídos e adaptados edifícios para albergar a guarnição espanhola e para servir de prisão. A função de presídio, será uma constante até à sua reabilitação em 1938-1940.

No séc XVII e XVIII, mantêm-se a sua função de quartel e presídio. Ainda no séc. XVII, é construída numa das torres o Observatório Geodésico, passando a designar-se, desde então, por Torre do Observatório. A Torre do Tombo, também se manteve na alcáçova, ocupando para além de uma das torres do castelejo, algumas alas do antigo Paço Real mais próximas, nomeadamente, uma ala designada por Câmara de D. Fernando.

Com o terramoto de 1755, o Castelo, descaracterizado pelas construções que lhe foram sendo acrescentadas, sofre graves danos, desaparecendo numerosos edifícios, torres e troços de muralha.

[...]

Em 1910, com a implantação da República é classificado como Monumento Nacional.

Em 1940, o Castelo de São Jorge assume um novo destaque com vista à comemoração centenária da Fundação da Nacionalidade e da Restauração da Independência. A intervenção realizada entre 1938-1940 pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, procurou imprimir-lhe a dignidade de outros tempos, em que era o centro político e militar do país, pondo a descoberto algumas das estruturas antigas do velho paço real e do castelejo que se encontravam subterradas.

O Castelejo e o Antigo Paço Real da Alcáçova que hoje existem, não são a « reconstrução fiel» do que foram outrora, mas o resultado dos aspectos mais marcantes das sucessivas épocas que lhe foram moldando a fisionomia.

in http://www.castelosaojorge.egeac.pt/DesktopDefault.aspx







Apesar de ser só já ruínas, umas muralhas e algumas torres e de estar sempre cheio de turistas, o castelo de São Jorge continua a ser um ponto de visita obrigatória em Lisboa para quem gosta de sítios bonitos e de fotos pseudo-artísticas... Recheado de arcos que levam a lado nenhum e colunas que sustentam coisa alguma, portal para outras épocas, perdidas entre o buliço das visitas de estudo e as pequenas bancas dos artesãos que agora povoam os paços...



E à sua entrada o grande conquistador da terra da sete colinas e da independência, presta a devida atenção aos transeuntes, do topo do seu pedestal dado por aqueles que o respeitam. Assim posto como guardião do espaço das muralhas, quase eclipsa a pequena estatueta do padroeiro do castelo que nos saúda ainda antes da entrada...





E heis que as portas se abrem e nos recebem dentro do recinto de retalhos, dividido entre o que já havia e o que agora há, dividido entre pedras antigas e pedras novas, entre o esquecimento do passado e a presença contínua de vida dos dias de hoje...



No caminho, os assentos do passado aguardam com a mesmo paciência de outrora que o visitante se sente neles e descanse da subida pela Sé até ao alto do castelo. O arco é a porta que leva para lá da realidade, as paredes estão lá, mas não separam este mundo do outro, estão incompletas e reforçadas pela censura da imaginação da sociedade actual... Visitai como autómatos, fotografai, conhecei os factos, mas guardai-vos de os sentir... Deveis evitar a todo o custo sentir o que quer que seja...





Os senhores do castelo...



... Uma fonte chafariz, perdida no meio dos degraus...



... e mais um recanto de água freca, que se esconde nas paredes...







... Das torres, várias, todas com acesso exterior, mas apenas algumas abertas... É através destes que se pode ter uma magnífica vista sobre a cidade capital, com as suas colinas polvilhadas de betão e telha...





Preocupações ambientais




 E assim termina a visita... Novamente, peço desculpa pelo espaço ocupado por mim sobre as imagens no castelo... Não deixem de visitar... Só é pena ser a pagar, mas vale a pena, assim uma vez, de vez em quando...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Copos de sangue...

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Boa noite...


Novamente na tradição de revelar os tesouros do normal consumismo, tenho para mostrar o copo que foi usado nas fotos do post anterior. Foi comprado na Loja do Gato Preto e custou menos de 3 €, não me recordo do preço ao certo. Mas penso que já não há iguais a este à venda, no entanto, a escolha é variada e certamente dentro do estilo haverá um ou outro modelo que possa interessar.









E já que aqui estou, recordo que ainda se conseguem encontrar na Claire's a escova e o espelho de mão a combinar...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Red Sands


Boa noite...



Hoje, uma mensagem um pouco diferente...


... do dourado do grão moído fino, batido pela espuma alva de um azul revolto...




... do algodão mesclado de cinzas dos palácios de chuva celeste...




... do vento solto, fresco de sal e de cadência...




...  das ondas de areia recortadas e dos cardos nelas afogados...




... do alento do cheiro acre do mar fechado num búzio...




... e do sabor do sal na água que não satisfaz...




... apenas, e somente, o retrato da minha vaidade.








Para além do grande talento do meu namorado para a fotografia, podem também apreciar o corpete e a coberta de saia que eu fiz. Em relação ao corpete, há um link aqui no blogue que leva às instuções de como se faz. Quanto à coberta da saia, em vermelho e preto, é realmente muito simples: apenas um rectângulo da medida que gostarem, mas extremamente largo, com pregas e folhos, cujo toque final é feito com pregadeiras.

E, apesar da praia não ser o sítio mais "dark" à face deste planeta, também se podem fazer boas fotos, tudo depende da praia que se escolhe... No Norte mais rochosas e no Sul mais arenosas... A criatividade faz o lugar...

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Viagens na minha Terra: Jardim Botânico

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Boa noite,





Novamente após uma ausência forçada, regresso com uma nova rubrica... Viagens na minha Terra... Além da evidente inspiração no poeta do Romantismo português, pretendo mostrar sítios cuja beleza ou simplicidade podem proporcionar passeios agradáveis ou grandes sessões fotográficas artísticas, para aqueles mais exuberantes... Afinal Portugal está recheado de lugares mágicos e belos que podem criar o cenário ideal para expandir as nossas fantasias... Mas também há lugares insuspeitos que se adequam a pequeno mimos artísticos e extrovertidos...

Hoje fico pelo primeiro lugar em Lisboa onde fiz a primeira sessão de mania e vaidade da minha existência alternativa.


Para vocês: Jardim Botânico





"O Jardim Botânico da Universidade de Lisboa é um jardim científico, projectado em meados do século XIX. Começado a plantar em 1873, por iniciativa dos professores Conde de Ficalho e Andrade Corvo, acabou por ser inaugurado em 1878. Foi desde logo considerado um moderno e útil complemento para o ensino e investigação botânicas na Escola Politécnica, escola símbolo dos novos rumos de progresso social e científico que a revolução liberal trouxe a Portugal.

O local escolhido no Monte Olivete para a implantação do novo jardim tinha já mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado desde o colégio jesuíta da Cotovia aqui sediado, com o seu Horto Botânico.

A enorme diversidade de plantas recolhidas pelos seus primeiros jardineiros, o alemão E. Goeze e o francês J. Daveau, provenientes dos quatro cantos do mundo em que havia territórios sob soberania portuguesa, patenteava a importância da potência colonial que Portugal então representava, mas que na Europa não passava de uma nação pequena e marginal.

A elevada qualidade do projecto, bem ajustado ao sítio e ao ameno clima de Lisboa, cedo foi comprovada. Mal acabadas de plantar, segundo o caprichoso desenho das veredas, canteiros e socalcos, interligados por lagos e cascatas, as jovens plantas rapidamente prosperavam, ocupando todo o espaço e deixando logo adivinhar como, com o tempo, a cidade viria a ganhar o seu mais aprazível espaço verde e o de maior interesse cénico e botânico. Em pleno coração de Lisboa e em forte contraste com o seu bulício, as cores e as sombras, os cheiros e os sons do Jardim da Politécnica dão recolhimento e deleite. E, tratando-se de um jardim botânico, outras funções desempenha o Jardim, que não apenas as de lazer e recreio passivo.

As colecções sistemáticas servem vários ramos da investigação botânica, demonstram junto do público e das escolas a grande diversidade de formas vegetais e múltiplos processos ecológicos, ao mesmo tempo que representam um meio importante e efectivo na conservação de plantas ameaçadas de extinção.

Algumas colecções merecem menção especial. A notável diversidade de palmeiras, vindas de todos os continentes, confere inesperado cunho tropical a diversas localizações do Jardim. As cicadáceas são um dos ex-libris do Jardim. Autênticos fósseis vivos, representam floras antigas, que na maioria se extinguiram. Hoje, são todas de grande raridade, havendo certas espécies que só em jardins botânicos se conservam. O Jardim é particularmente rico em espécies tropicais originárias da Nova Zelândia, Austrália, China, Japão e América do Sul, o que atesta a amenidade do clima de Lisboa e as peculariedades dos microclimas criados neste Jardim.
 Na esteira do que acontece na generalidade dos jardins botânicos, também este Jardim, em estreita colaboração com os restantes museus da Politécnica desenvolve, em permanência, activos programas de educação ambiental, para os diferentes níveis etários da população estudantil e oferece visitas temáticas guiadas."




Neste lugar, relativamente pequeno e rodeado de cidade, ouvem-se os pássaros, como se não houvesse toda uma vida urbana por trás dos muros do jardim... Podemos até espreitar as casas que ladeam com as heras que crescem no solo interior, já ausentes de ocupação humana...



Dos muitos recantos deste espaço, sobem e descem, serpenteando por entre a vegetação luxuriosa, escadas e degraus, mais ou menos uniformes, em empedrado de calçada ou feitos de lages de pedra compacta... Que sobem ao céu ou descem ao inferno, consoante o ponto de vista...





E o verde pode ser élfico em alguns lugares, com pequenas pontes de metal que sobrevoam lagos vazios cheios de folhas de Outono, formando uma paisagem de esmeralda e ouro... Tudo num recanto de Lisboa...





Além de todo o potencial fotográfico, o jardim em si é muito agradável, tem "dois pisos". Em cima, um jardim arranjado com sebes e fontes, cameleiras e roseiras, que desperta os sentidos pela tristeza da manutenção do local... Está velho e desajeitado, mas a inspiração não escolhe apenas os lugares perfeitamente simétricos ou gloriosos...



E por entre tudo isto, um lago que está cheio de vida, carpas, cágados e patos e patinhos... Não se pode aceder, mas é bonito de admirar e, às vezes, os seus habitantes até posam para nós...



E novamente, no "piso de baixo", pequenos momentos de ascensão espiritual... Os caminhos vão-se retorcendo e brilham com o sol, por entre as ramagens do bambu. Um pequeno trilho chinês...



Contudo, nem tudo são rosas e a melancolia do piso de entrada regressa, nesta casa abandonada, onde os cientistas já estudaram o tempo, estuda o tempo agora a resistência das construções humanas... É o desalento das ciências que mora aqui, neste Portugal cheio de doutores que não têm como manter as suas pesquisas a funcionar... E fica assim, com ar antigo e triste, um edifício do final do século XIX, que guarda as memórias do início da cultura neste lugar à beira-mar plantado...





Mas, com as suas subidas e descidas, o Jardim Botânico consegue surpreender pela positiva o visitante atento, criando pequenas estradas para a iluminação...



Mas também há espaço para as artes. Fora a minha pessoa que perturba a obra de um artista do qual desconheço o nome, estas são as ruínas de uma civilização imaginada por alguém, que nasceu e morreu aqui entre os muros de um jardim de coleccionador... metáfora das civilizações arrogantes que não conhecem para além do seu próprio umbigo, consumindo-se amargas e sozinhas, confinadas ao seu conceito de mundo...



Mas, eis que surge nova vida no jardim adormecido... Um projecto novo e frágil, como as asas dos seus elementos... Uma estufa de borboletas espera os que passam, convidando com as suas enormes monarcas a entrar no reino dos insectos...



É uma visita que vale a pena, por curiosidade ou para relembrar... Mas, apesar dos pequenos lugares de magia, não se pode esperar muito de um local quase votado ao abandono, sem recursos para manter a esplendorosa flora que foi armazenando... Nosso destino que mesmo no centro de Lisboa, os monumentos e espaços morram, definhando aos poucos sob a indiferença de todos os que passam aos seus portões sem nunca lá entrar...