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Esta é a noite mais longa do ano, o sol está no menor grau da sua deslocação pela esfera celeste e vai iniciar novamente a subida já a partir de amanhã.
Hoje é um dia de especial celebração para muitas religiões pagãs e com calendário agrícola. Em termos simbólicos esta é uma noite muito especial e querida para a humanidade, ela representa a renovação da vida, pelo crescimento do número de horas de luz que se dá a partir deste preciso momento do ano. Em muitas culturas os deuses regressam do retiro invernal ou nascem deuses-criança que representam a esperança na renovação solar. Não é de estranhar então que a Igreja Cristã tenha escolhido esta época do ano para o nascimento de Cristo, já que como salvador e messias representa a esperança de toda uma fé numa nova e melhor era.
Nas tradições pagãs baseadas num conceito de divindade dupla, como as originais tradições europeias anteriores ainda aos panteões de deuses, o Deus renasce pela graça da Deusa. Nesta data honra-se a Deusa Mãe que dá à luz o seu filho, o Sol. No sistema de dualidade o Deus é imortal, apesar de morrer todos os anos, volta a renascer ciclicamente na noite do Solstício de Inverno.
É tempo de festas de comemoração e incentivo a esse renascimento, nesta época decoram-se as habitações com árvores e plantas persistentes, como os pinheiros, e acendem-se lareiras que devem ser mantidas acesas durante certo tempo, o tronco de Yule. O verde e o vermelho, assim como dourado, são as cores principais nas decorações. Muitas destas tradições antigas persistem mesmo nas comunidades cristãs: todos têm uma árvore de natal em casa, sempre um pinheiro, decorada com bolas douradas e vermelhas, no essencial, os presépios têm sempre musgo, mais uma planta perene, os doces de natal incluem o tronco de natal…
O solstício de Inverno, Yule para os puristas, parece ser universal e consensual, pelo menos na Europa, embora sob diferentes nomes. Nesta época, aparte as divergências religiosas, todos celebram o regresso, embora ainda tímido da luz e do calor, essenciais à vida dos homens de qualquer credo. Hoje, o lugar das luzes é na árvore de natal, no entanto, para os ritos pagãos há lugar a uma fogueira no exterior e danças para celebrar esta época de renascimento.
Em termos estritamente simbólicos, a árvore persistente representa a resistência da vida, que “teima” em sobreviver aos desafios do Inverno físico ou espiritual, representa a fertilidade contínua da terra. A cor verde, por excelência apanágio das plantes viçosas, é mais um símbolo da resistência e da capacidade de renascer e persistir perante as adversidades. O vermelho estabelece a ligação com a vida, é a cor do sangue, pois a vida é enumeras vezes simbolizada pelo líquido vital. O fogo permanente nas lareiras é mais um símbolo de tenacidade e resistência, para além de representar um foco de luz, simbologia de esperança em dias melhores e mais luminosos.
Numa palavra: Yule, Natal, Solstício de Inverno, o que lhe quisermos chamar, é tempo de Renascimento.
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